VENDA DE IMÓVEIS NOVOS NA CAPITAL TEM RECUO SAZONAL EM JULHO

Comportamento é considerado comum em período de férias. Destaque positivo no sétimo mês do ano foi a reação dos segmentos de três e quatro dormitórios

O mercado de imóveis novos residenciais na cidade de São Paulo registrou em julho recuo no volume de comercialização em relação aos meses anteriores. Contabilizou-se total de 2.092 unidades vendidas, contra as 3.574 de junho, com recuo de 41,5%. O efeito sazonal do sétimo mês do ano (período de férias) deve ser considerado na análise de comportamento do mercado. A sazonalidade fica explícita ao se comparar o comportamento do indicador de desempenho de comercialização expresso pelo índice Vendas Sobre Oferta (VSO), que foi de 14,4% em julho. A Pesquisa Secovi sobre Mercado Imobiliário, realizada mensalmente pelo Departamento de Economia e Estatística do Secovi-SP, aponta evolução desse indicador nos meses de maio a julho nos últimos anos (confira gráficos e tabelas). 


Lançamento e pós-lançamento O período de lançamento é o intervalo de tempo compreendido entre os primeiros seis meses desde momento da colocação do imóvel em oferta. Trata-se da fase de maior esforço de divulgação do produto, com campanhas nas diversas mídias. Em julho, 51,9% do total comercializado se encontrava nessa fase, perfazendo 1.086 unidades. O ritmo de vendas nesse período foi de 31,1%. Segmentação por número de dormitórios Um fato relevante em julho foi a reação dos segmentos de três e quatro dormitórios em relação aos meses anteriores. O nicho de três dormitórios registrou escoamento de 860 unidades, equivalente a uma fatia de 41,1% do total negociado no mês. Já as moradias de quatro dormitórios tiveram participação de 26,9%, com 562 imóveis comercializados, resultado próximo das 587 unidades vendidas de dois quartos (28,1%). Lançamentos residenciais De acordo com a Empresa Brasileira de Estudos sobre Patrimônio - Embraesp, em julho, os lançamentos ficaram novamente abaixo do movimento de comercialização, como ocorre desde o início do ano. O total de 1.603 unidades lançadas foi 6,5% inferior ao volume disponibilizado em junho (1.715). Diversos fatores podem explicar essa timidez, conforme esclarece Celso Petrucci, economista-chefe do Secovi-SP. “Predominância de lançamentos de condomínios-clube com várias torres, antes da crise do segundo semestre de 2008 e que continuam sendo vendidos; a redução de crédito para produção com recursos da poupança; e a diversificação de empreendimentos que destacaremos a seguir.” Conjunto de escritórios A incorporação e a comercialização de conjuntos de escritórios mostram-se aquecidas, com o lançamento de 1.870 unidades no período de janeiro a julho deste ano. Trata-se de incremento da ordem de 130,6% em relação ao mesmo período de 2008 (811 conjuntos lançados). Vale ressaltar que o total de escritórios lançados nos sete primeiros meses de 2007 foi de somente 304 unidades. Acumulado do ano Segundo Petrucci, os resultados de 2009 continuam surpreendendo. As vendas de janeiro a julho chegaram a 16.460 unidades, resultado 24,4% inferior ao observado no mesmo período de 2008 (21.774 unidades). Os lançamentos acumulados no ano atingiram 9,7 mil moradias, ou seja, houve uma redução de 50,6% em relação aos sete meses do ano passado (19.743 unidades). “Importante observar o ritmo normal de comercialização diante do volume reduzido de produção. Isto é, não houve diminuição de demanda no mercado pós-crise.“ Economia e perspectivas Cenário recente traçado pelos agentes econômicos e captado pelo Boletim Focus do Banco Central do Brasil de 4 de setembro, indica que o País retoma a normalidade. A estimativa do Produto Interno Bruto para o ano de 2009 variou de -0,30% para -0,16%. A inflação medida pelo IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Ampliado) ficará estabilizada em 4,3% e a taxa básica de juros mantida em 8,75%. Confirmadas tais estimativas, a taxa de juros real irá se manter nos 4% anuais durante os próximos meses. Nesse contexto, as perspectivas para o comportamento do mercado imobiliário na cidade de São Paulo são de comercialização de 30 mil a 32 mil unidades, um ritmo de vendas mensal médio da ordem de 13% e volume de lançamento acumulado próximo dos 25 mil imóveis. Fatos que contribuirão para esses resultados: o tradicional incremento de movimentação nos meses de setembro a novembro, e a realização do Salão Imobiliário de São Paulo, entre os dias 24 e 27 de setembro, no Anhembi.
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