CLASSE C PODE INVESTIR MAIS EM CASA PRÓPRIA


Aumento de renda familiar do brasileiro e ampliação da oferta de linhas de crédito abrem espaço para a classe C no mercado imobiliário
Se o sonho da casa própria era, até 2005, privilégio das classes A e B, hoje esse cenário é uma realidade distante. A ampliação da oferta de linhas de crédito facilitado com juros atraentes e o aumento da renda do brasileiro, registrado nos últimos anos, expandiram a capacidade de consumo da chamada "nova classe C brasileira". As famílias deste nicho social - que ganham de três a 10 salários mínimos por mês, uma renda que varia entre R$ 1.635,00 e R$ 5.450,00 - somam 92 milhões de pessoas ao alcance da aquisição de novas moradias. Representante da maior fatia nacional, a classe C ganhou, nos últimos sete anos, 39,5 milhões novos integrantes, um aumento de 46,57%, de acordo com estudos divulgados pela Fundação Getúlio Vargas (FGV).


Mesmo diante de constante mobilidade social, a nova classe média brasileira ainda enfrenta obstáculos para conscientizar-se da capacidade de aquisição de casa própria que vem conquistando ao longo dos anos. De acordo com Luiz Rodrigo Castro Santos, diretor regional da Fernandez Mera Negócios Imobiliários do Estado do Paraná, é necessário esforço do setor - que compreende imobiliárias, construtoras, incorporadoras e agentes financeiros - para incitar a divulgação dos benefícios angariados pelos lares brasileiros.

"Hoje, essas famílias têm bolso de classe C, mas cabeça de classe D. Muitos compradores ficam apavorados porque perderam imóveis quando havia sistemas financeiros com prestações que aumentavam com o passar dos meses", explica. "Gerações novas também fazem parte da classe média, ingresso facilitado por inúmeros fatores, como melhor escolaridade, mais interatividade e conhecimento multimídia" avalia Castro Santos.

Mercado imobiliário de portas abertas
Atualmente, o setor imobiliário oferece créditos mais longos e mais baratos para quem quer dar adeus ao aluguel e começar a investir no sonho da casa própria. E compradores "relativamente jovens" - na faixa de 30 anos - são ainda mais beneficiados porque a tendência é ganhar mais profissionalmente e, ao mesmo tempo, arcar com menores prestações de acordo com o abatimento das parcelas.

O consumidor conta com um prazo de até 30 anos para pagar pela casa própria, com apenas 8% de juros ao ano mais TR, que resulta em uma média de 10% de juros. "Existem linhas de financiamentos para todas as classes. É importante analisar onde o cliente se enquadra, a partir da análise de um bom profissional do setor que possa direcioná-lo de acordo com sua realidade financeira", afirma Castro Santos.

O perfil de produtos imobiliários com maior procura pela nova classe C brasileira abrange grandes condomínios que reúnem, em média, 300 apartamentos. Cada unidade tem dois ou três quartos em uma área de 60 a 70 metros quadrados, cujo custo varia de R$160 a R$200 mil. Os imóveis também agregam valores para esse tipo de público, como vaga de garagem e grande quantidade de itens de lazer: salão de festas, academia, espaço pra crianças e quadras de esportes. "É importante lembrar que as moradias oferecem muita segurança, pois os compradores saem de casas isoladas para viver em grandes condomínios", finaliza.
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