ESPECIALISTAS ESTÃO OTIMISTAS COM MERCADO IMOBILIÁRIO

Secovi vê com otimismo segmento em 2012, motivado por aumento na renda, queda dos juros e mercado de trabalho favorável

Oferta de crédito, incremento na renda, situação confortável do mercado de trabalho brasileiro e juros em queda fazem especialistas enxergar com bons olhos o setor.

A expectativa de crescimento maior da economia brasileira em 2012, em relação ao ano anterior, deixa especialistas otimistas quanto ao desempenho do mercado imobiliário ao longo desse ano.



Inúmeras fontes do mercado acreditam em uma desaceleração do setor imobiliário em 2012, mas o Sindicato da Habitação de São Paulo (Secovi) dá outro nome para essa previsão.

"Não chamaria de desaceleração, mas sim de ajustes, já que o setor se adapta a uma nova realidade do país, com uma nova classe C e ainda uma alteração na composição familiar", afirmou Celso Petrucci, economista-chefe do Secovi.

Neste sentido, ele ponderou que mais do que estimar algo para esse ano é importante lembrar que 2010 foi um ano fora da curva.

Período em que "o PIB (Produto Interno Bruto) cresceu muito, a atividade estava acelerada, eram tempos que não se falavam dos problemas na Europa, nos Estados Unidos e ainda o mercado imobiliário brasileiro estava aquecido por conta do programa Minha Casa Minha Vida", contextualizou Petrucci.

Neste cenário, a entidade acredita que o mercado imobiliário (residenciais - com base em números próprios, considerando vendas e lançamentos - e escritórios, em referência a dados de entidades representativas em lançamentos) crescerá entre 5% e 10% em 2012.

Para o economista-chefe do Secovi, o otimismo leva em consideração a expectativa com o mercado de imóveis residenciais novos, agregando informações de outras entidades que avaliam o ramo de usados, e ainda de financiamento.

"Quando olhamos os outros dados e as próprias iniciativas do governo para estimular a economia nos deixam otimistas para o ano de 2012", comentou Petrucci.

E a crise internacional não intimida o setor até o momento.

"Não acredito que a crise vai impactar no segmento, porque a economia brasileira já vem sobrevivendo muito mais do mercado interno do que do externo. O Brasil tem um mercado consumidor grande e a renda continua em alta", considerou Petrucci.

A Akamines Negócios Imobiliários prevê um percentual de crescimento similar ao projetado pelo Secovi, em torno de 10%.

"Esperamos que o mercado continue bom esse ano, não acreditamos em queda, mesmo porque tem um déficit habitacional muito grande ainda. Percebemos ainda que as empresas estão crescendo de forma mais organizada, passado o boom, elas estão se adequando", explicou Daniele Akamine, sócia-diretora da Akamines Negócios Imobiliários.

Segundo Daniele, diante do contexto macroeconômico melhor, a previsão é de crescimento significativo do crédito imobiliário em 2012, em torno de 30% a 40%, impulsionando o setor.

E por falar nisso, a Caixa Econômica Federal informou que contratou mais de R$ 12 bilhões em crédito imobiliário neste ano, aumento de 30,5% ante o contratado no mesmo do período do ano passado, quando emprestou cerca de R$ 8,7 bilhões.
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