Novas fronteiras para o setor imobiliário em São Paulo
Após boom imobiliário, capital paulista desafia plano diretor para atrair melhores projetos
São Paulo chega ao 459º aniversário com um desafio à altura de sua história. Se o forte desenvolvimento econômico levou a capital, e seus habitantes, a conviver com uma expansão desordenada de moradias, serviços e transporte, em 2013 a cidade renova a expectativa de mudar de cara e personalidade. Um verdadeiro empreendimento.Boa parte desta tarefa está agora nas pranchetas de engenheiros, arquitetos e urbanistas paulistanos. Profissionais do setor imobiliário e da construção civil ouvidos pelo BRASIL ECONÔMICO reconhecem que a ambição de seus projetos terá papel importante na fundação de uma metrópole diferente.
A atividade imobiliária, afinal, é uma das engrenagens da cidade e responsável pelo último boom na economia paulistana. “O mercado está precisando mudar sua visão. São Paulo, e outras cidades brasileiras, têm a cultura de viver setorialmente. O que precisamos é requalificar nossos espaços públicos para uma ocupação mista de cada projeto”, afirma a arquiteta Adriana Levisky, vice-presidente da regional paulista da Associação Brasileira dos Escritórios de Arquitetura (Asbea).
Ela critica a fragmentação dos empreendimentos imobiliários e serviços na capital paulista - já vítima da pouca mobilidade. “O mercado tem a responsabilidade de oferecer novos modelos (de construções) com maior integração à cidade, e mais qualidade de vida”, completa. A tendência paulistana, observa Adriana, é o avanço do conceito de projetos-bairro, em substituição ao atual modelo de condomínios fechados. Isso já é prática recente em São Paulo, caso dos empreendimentos Jardim das Perdizes, na Barra Funda, Rochaverá Corporate Towers e Parque da Cidade, ambos na Marginal Pinheiros.
O lançamento do projeto viário Arco do Futuro pelo prefeito Fernando Haddad (PT), ligando as regiões Sul, Centro e Leste, é visto como outra oportunidade para reformas. “O projeto vai atrair investimentos do setor imobiliário e industrial, e levará melhorias urbanas a outras regiões”, afirma Sergio Watanabe, presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo (Sinduscon-SP). Ele acredita que as zonas ao redor do Arco serão as próximas fronteiras para investimento de incorporadoras.” A região da Água Branca está adormecida, mas será extremamente promissora no curto prazo. Já o eixo da avenida Jacú-Pêssego, na zona leste, será uma oportunidade para o setor de logística”, completa Adriana, que também projeta novos equipamentos de lazer nos dois sentidos da Marginal Pinheiros.
Revisões na legislação de zoneamento e no plano diretor da cidade ainda são uma das maiores e mais antigas demandas do setor imobiliário. “As queixas por parte dos empresários sobre a falta e dificuldades para comprar terrenos é generalizada. Os horizontes para empreender estão cada vez mais distantes”, ressalta Carlos Gasperini, consultor na gestão de projetos imobiliários. Por não obrigar o uso misto de residências e escritórios, a lei atual pode formar zonas “fantasmas”, como das avenidas Berrini/Chucri Zaidan/Roberto Marinho à noite.
jornal Brasil Econômico
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