AUMENTA O NÚMERO DE PESSOAS QUE DESISTEM DE IMÓVEIS COMPRADOS NA PLANTA

No chamado ‘distrato’, a construtora recebe o apartamento de volta e devolve parte do que foi pago pelo comprador. O valor varia entre 20% e 30% e tem que fazer parte do contrato de venda.
Aumentou o número de pessoas que estão devolvendo os imóveis comprados na planta.
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Um apartamento perto da praia, de 43 metros quadrados. Três anos atrás, parecia um bom negócio. Paulo comprou dois apartamentos.

“Bem provável que eu iria alugar por um tempo, porque a procura lá é muito grande”, afirma Paulo Stanquezis Junior, comerciante.
Mas no meio do caminho… “Vim pagando normalmente durante, aproximadamente, dois anos e meio, sem problema, aí que eu comecei a perceber que a obra começou a atrasar muito. E a dificuldade da revenda do mesmo”, lembra Paulo.

E o caso dele não é único. Em um ano, aumentou de 5% para 15% o número de pessoas em São Paulo que desistiram de comprar de um imóvel e querem o dinheiro de volta. É o chamado distrato.
A construtora recebe o apartamento de volta e devolve parte do que foi pago pelo comprador. O valor varia entre 20% e 30% e tem que fazer parte do contrato de venda.
Os representantes das construtoras e de quem comprou os imóveis na planta dizem que a maioria das desistências ocorre no momento mais aguardado do negócio: na entrega das chaves. Durante a obra, o consumidor paga para a construtora cerca de 20% do valor total. O restante, 80%, será financiado com um banco.
Segundo o Sindicato de Habitação, o problema é que muita gente não faz o planejamento direito.
“Ela deve ver se ela hoje já tem condições para pagar a prestação daquele financiamento como se fosse na data de hoje, aí dará uma tranquilidade pra ela”, explica Celso Petrucci, economista do Secovi-SP.
Já o representante dos mutuários diz que, além dos atrasos, quem compra um imóvel na planta vem sofrendo com o INCC, o Índice de Inflação da Construção, que corrige o preço das parcelas durante a obra. O INCC está mais alto do que a inflação oficial.
“O consumidor chega perto da entrega das chaves e verifica que o saldo devedor está muito acima do que ele planejou, aí sim, ele então decide pedir o distrato do seu contrato”, diz Marco Aurélio Luz, presidente da Assoc. dos Mutuários de SP.
Foi o que aconteceu com a Claudete. A operadora de caixa ia casar e decidiu encarar o negócio. Mas o noivado acabou, ela não conseguiu pagar a prestação sozinha e agora quer o que pagou de volta.
“Teve um reajuste do INCC, teve um aumento e eu não tenho condições de estar pagando sozinha por conta do aumento e também porque perdi o meu noivo que ia estar pagando junto comigo”, conta Claudete da Silva, operadora de caixa.
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