Sem novas vias, distrito perde investimentos em   projetos imobiliários e vê trânsito ficar pior. 
A falta de opção de acessos viários ao distrito   de Sousas está travando o desenvolvimento daquela região de Campinas. Com uma   única entrada, a Rodovia Heitor Penteado (que muda de nome após a Rodovia   D.Pedro, para Antonio Carlos Couto de Barros) para um movimento diário   superior a 50 mil veículos, o distrito vê no trânsito de moradores e   visitantes um grave problema urbano que precisa de solução urgente. 
 Além   disso, a falta de vias torna inviável o lançamento de novos empreendimentos   imobiliários na área. Sem ruas ou avenidas de acesso não é possível   viabilizar novos condomínios. Resultado: empreendedores levam investimentos   para a região Norte da cidade. 
 O distrito   de Sousas é um polo de condomínios residenciais e se transformou em um   destino turístico que atrai, especialmente em fins de semana, visitantes de Campinas   e região em busca principalmente de seus restaurantes. Com tudo isso, o   movimento cresce em ritmo maior do que o aumento na infraestrutura, o que   provoca gargalos de trânsito. 
Todo esse quadro reforça a necessidade de criação   de acessos a Sousas. Um deles, a Nova Mackenzie — prolongamento da Avenida   Mackenzie, que hoje vai até a D.Pedro, na região da Decathlon e Leroy Merlin   —, que prevê alongar a via por cerca de 8 km até a região do condomínio   Caminhos de São Conrado, pode retirar 30% do movimento da Heitor Penteado (ou   15 mil veículos).  
]O projeto está parado após impasse entre   Ministério Público (MP) e Prefeitura, que aguardam perícia fixar valores para   a desapropriação de uma área. Dependendo da resposta, empresários com   interesses na obra podem bancar contrapartidas. 
 Mas o   assunto é polêmico e divide as opiniões. Empreendedores, comerciantes e parte   dos moradores são a favor da nova avenida. Mas ambientalistas e parte dos   habitantes do distrito temem por impactos ambientais e pela quebra da tranquilidade   de Sousas. 
 O diretor   do Secovi Campinas Flávio Bauer lembra da máxima no mercado imobiliário de   que “crescimento econômico está ligado à capacidade de acesso”.  
E foi assim que a região da Rodovia   Campinas-Mogi, Norte do município, assumiu a liderança em novos lançamentos.   Beneficiada por uma via de boa qualidade e de fácil comunicação com o Centro   de Campinas, o metro quadrado pulou de R$ 70,00 há 10 anos para R$ 600,00   hoje. O número de empreendimentos cresceu, oportunidades no mercado de trabalho   surgiram e o município ganhou com a arrecadação de impostos. 
 Enquanto o   impasse do novo acesso para Sousas não é solucionado, o município perde. Um   dos novos empreendimentos imobiliários previstos para Sousas é de R$ 120   milhões e deve gerar dois mil empregos durante sua construção. No entanto, o   início do investimento, e de outros três, depende do prolongamento da   Mackenzie. 
A obra é prevista no plano de diretrizes de 1996,   mas desde 2009 um impasse vem travando sua implantação. O MP considera que o   prolongamento da avenida fere a lei de parcelamento do solo e questiona a   necessidade da obra. A Prefeitura decidiu tocar o projeto e agora aguarda uma   decisão da Justiça para desapropriar a área por onde a pista passará.  
A expectativa com o prolongamento da pista é de que Sousas cresça. “Novas oportunidades de negócio vão aparecer. Não só o mercado imobiliário vai ganhar com isso”, lembra Bauer. A opinião é a mesma do urbanista Fuadi Jorge Cury. “O atual acesso se tornou inadequado. A única alternativa é o prolongamento. O que induz crescimento é ligação e novos acessos”, afirma. Um dos argumentos favoráveis ao novo acesso é que chegar à Sousas se tornou difícil em alguns horários e dias. A urbanização é crescente desde a década de 1970, quando a taxa de crescimento populacional foi de 55%. Nos anos 80, o percentual chegou a 57%, passando para 93% e 93% nas décadas seguintes. Contando com o distrito de Joaquim Egídio, já são 30 mil pessoas. 
Com o aumento, quem tenta fugir da pela Rodovia   D. Pedro I para chegar ao Centro precisa percorrer uma distância duas vezes   maior do que pela Heitor Penteado. Quem mora em condomínios como o São   Conrado fica ilhado em épocas de chuva devido à proximidade com a Avenida   Mário Garneiro, único acesso do condomínio à Heitor Penteado. 
 O   ex-secretário de planejamento, Alair Godoy, afirma que a intenção é gerar uma   ocupação ordenada e poupar a região, que é uma Área de Preservação Ambiental   (APA). 
 Para o   coordenador do Laboratório de Aprendizagem em Logística e Transportes (Lalt)   da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), Orlando Fontes Lima Júnior, a   expansão imobiliária pode provocar danos ambientais. “Esta não é a ligação de   maior preocupação, pois há regiões como o Campo Grande, que precisam ter o   acesso melhorado. 
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TRÂNSITO DE SOUSAS TRAVA COM FALTA DE ACESSOS
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